Branding | Uso estratégico da comunicação para o engrandecimento da marca
Estamos vivendo num momento com muitas ofertas de produtos e serviços sem diferenciação básica no que refere aos seus atributos. Por conta disso é necessário o uso estratégico da comunicação para obtenção de vantagem competitiva com ações de marketing que busquem criar vínculo mais duradouro com a marca. É sobre isso que trata o livro de Marcos Bedendo – Branding para Empreendedores – Ferramentas práticas para criar sua marca potencializando o sucesso do seu negócio, da M.Books do Brasil Editora Ltda, 2015.
Nosso objetivo é ajudar os empreendedores a compreender melhor o seu negócio e fazer por meio de sua história a elaboração de uma identidade para sua marca, que expresse razão valorativa que vá ao encontro das aspirações subjetivas do público de interesse. Uma boa estratégia de Branding pode potencializar a atuação da empresa com o mercado e colocar a sua marca no coração dos clientes. É a paixão do empreendedor pelo seu negócio que gera a paixão nos seus clientes. Um propósito com diferencial de cuidado, dedicação e carinho pelo
produto é apelativo para os clientes. Para atingir este reconhecimento, o empreendedor precisa conseguir canalizar seu próprio envolvimento e paixão, e comunicar-se adequadamente com seus clientes.
Marcas de sucesso tem a história do empreendedor transportada para textos e imagens todas as sensações e desejos que os encorajaram a começar o seu empreendimento. Nestas histórias tem sempre um sonho, uma vontade, uma satisfação ou um valor tão grande ao ponto de transformá-lo num negócio e de certa maneira dividir com outras pessoas. E, por meio da sua história, junto com seu produto ou serviço, possa concentrar a força da sua comunicação na criação de um conceito e unidade nas manifestações de identidade da marca, e direcionar os caminhos estratégicos para o seu negócio, que pode ser facilmente entendido e admirado por seus potenciais clientes e consumidores, com autenticidade, a ponto de torná-los de forma natural embaixadores, defensores e propagadores da sua marca.
É sabido que a marca deve identificar os produtos e serviços de um fornecedor e diferenciá-los da concorrência. Pode ser um nome, um termo, um símbolo, um desenho ou uma combinação desses elementos. A marca tornou-se um importante elemento na escolha de um produto, podendo reduzir os riscos do processo de compra, trazer benefícios funcionais, emocionais e de autoexpressão, aumentando a estima e a satisfação do cliente ao utilizar o produto ou serviço.
Uma marca forte pode ajudar a aumentar a satisfação, pelo padrão de qualidade ou consumo em massa. No tocante a qualidade, ao consumir uma marca conhecida espera-se repetir a experiência anterior, o que tranquiliza o consumidor. Quanto ao consumo em massa, se a marca é conhecida e valorizada é porque uma grande quantidade de pessoas já utilizaram seus produtos e voltaram a fazer a mesma escolha num segundo momento e a chance de errar é menor por que de alguma forma gerou-se uma conexão e um vínculo com essa marca em questão.
Normalmente as grandes marcas reforçam este tipo de relação com o cliente, dizendo que o produto é fabricado desde o ano tal, ou que a marca é a nº 1, ou que traz confiança etc., garantindo que a escolha está junto com uma grande quantidade de pessoas que já compraram, e por isso ele pode se tranquilizar. Mas lembre-se que é preciso ter verdade no que é dito e oferecido para conseguir tocar de forma profunda o seu consumidor a ponto de criar uma conexão afetiva.
Quanto aos benefícios, ao consumir um produto, os clientes experimentarão os benefícios funcionais, emocionais e os de autoexpressão. Embora as marcas busquem um deles para focar seus esforços, os três tipos de benefícios devem ser utilizados em conjunto para que a marca tenha aceitação pelos consumidores.
Benefícios funcionais
São os mais básicos e necessários que devem ser oferecidos pelos produtos e serviços. A funcionalidade já foi a principal razão de compra nos anos de 1940 e 1950. As grandes marcas com maiores investimentos em tecnologia conseguiam manter seus produtos e serviços funcionalmente superiores aos concorrentes menores. Com a maior difusão das tecnologias e acesso aos maquinários e outros meios de produção, as funcionalidades oferecidas passaram a ser pouco signifi cativas. Oferecer um diferencial apenas funcional não é mais o sufi ciente para sustentar uma marca forte e próxima aos seus consumidores. É importante os diferenciais funcionais, mas não podemos fi car preso somente neles.
Benefícios emocionais
Sempre estiveram associados ao consumo de produtos e serviços. Este apelo começou na década de 1980 mas foi aumentado ao ser estimulado pelas próprias comunicações das marcas na última década. Eles estão ligados intimamente à sensação que o consumidor deve ter ao utilizar um produto ou serviço. Além dele se satisfazer pela função do produto, ele deve sentir certas sensações adicionando valor àquele consumo. Como exemplo, som ambiente, temperatura controlada, decoração mais elaborada, menos trânsito de pessoas etc. É preciso estabelecer quais sensações quer provocar nos consumidores enquanto utilizam seus produtos e serviço e, com isso adicionar valor à sua proposta funcional. O consumidor pode deixar a escolha do melhor custo/benefício pela ideia de que consumo também é motivado pela busca de sensações, diversões e emoções, extrapolando os limites das razões econômicas.
Benefícios de autoexpressão (exposição da marca)
São aqueles que permitem ao consumidor demonstrar mais de sua personalidade para outras pessoas com o uso de determinadas marcas. Não é um benefício novo, mas percebemos que as estratégias de marcas vêm intensificando o apelo de autoexpressão, que se tornou mais fácil e frequente, em especial pela popularização das redes sociais. O benefício de autoexpressão é a relação mais íntima que a marca pode desenvolver com um consumidor. Ele utiliza a imagem projetada pela marca para adicionar um elemento a sua própria personalidade, passando a marca fazer parte da sua própria identidade. Por isso as marcas precisam planejar quais julgamentos serão feitos pelos membros de uma sociedade ao verem um consumidor usando sua marca. Note que tudo é uma questão de percepção e autenticidade, o resto vem com a persistência e legitimidade da sua ideia.
Edição |1708
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